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sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Relembrar é Viver - 38 anos de muitas histórias


O inicio
Em 1975, Tim dono de um clube amador na cidade do Gama decidiu criar uma equipe de futebol para representar a cidade no Campeonato Candango. Pegou um empréstimo de Cr$7.500,00, comprou bolas, uniforme e procurou a administração da cidade para pedir apoio na criação do novo time. 

Walmir Campelo Bezerra, o então administrador da cidade apoiou a criação do clube, que se filiou na Federação Metropolitana de Futebol e disputou o seu primeiro jogo no dia 21 de fevereiro de 1976, válido pelo Torneio Imprensa, com vitória por 2 x 0 diante do Humaitá Esporte Clube.

Em 1977 o estádio da cidade foi inaugurado e levou o nome de Walmir Campelo Bezerra, o Bezerrão. Foi nesse ano também que o Gama conquistou seu primeiro título, o Torneio Incentivo, uma espécie de preliminar do Candangão. 

Gama Bi-Campeão do Torneio Incentivo. Foto: Memorial Gamense

No ano seguinte o clube passou por várias dificuldades e pediria licença a federação para não disputar o torneio de 1979. A coisa começou a mudar de figura com o bicampeonato do Torneio Incentivo, após isso a equipe tomou outro rumo, recebeu apoio de empresários e lançou o projeto ‘Gamão Milionário’ no qual os torcedores ajudavam e tinha como objetivo formar a equipe para disputar o Campeonato Brasiliense.

O primeiro título candango
O ‘Escrete 79’ montado pelo presidente Osvando Lima, eleito em 1978, foi um sucesso naquele Candangão. A equipe alviverde não começou bem, após terminar o primeiro turno na última colocação, o então funcionário da Federação Mineira, Martim Francisco, foi convidado para ser o novo treinador. Ele não pestanejou e assinou na hora. Depois de sua chegada o Gama foi outro e conquistou o título do segundo turno sem perder um jogo.

No terceiro turno, o periquito entrou como favorito, onde terminou empatado com o Brasília. Na disputa do turno, vitória alviverde, e na final do campeonato outra vitória: 2 a 1. Gama Campeão Candango de 1979. A Sociedade Esportiva do Gama começava a entrar para a história do futebol no Distrito Federal. 

 
  Equipe do Gama ao lado da taça do Candangão em jogo de entrega das faixas

Em 1979 o Gama disputou pela primeira vez o Campeonato Brasileiro, terminando em 48º entre 94 clubes.

 Jogo de estreia do Gama em torneios nacionais. Alviverde venceu o Atlético-GO por 4 x 3

A crise nos anos 80
No ano de 1980, após ser vice-campeão candango, o Gama disputou o Campeonato Brasileiro novamente. A equipe terminou apenas na 37ª colocação entre 44 clubes. Em 1981 não fez uma boa campanha no Candangão mas foi campeão da Copa Centro Oeste, nesse ano Osvando Lima saiu da presidência e tempos difíceis começaram no Periquito.

 Gama conquistou a Copa Centro Oeste em 1981. Nos anos seguintes o clube entrou em crise e quase decretou falência. Foto: Memorial Gamense

Após o fracasso da promoção Gamão Milionário a equipe entrou em um mar de dívidas, muitos presidentes desistiram por conta de tantas dificuldades e a equipe chegou bem perto de decretar falência.

A época de ouro
Em 1990, depois de 11 anos na fila, o Gama conquistou o Candangão. O time comandado por Orlando Lelé venceu o Tiradentes na final e, após sete anos, voltou a disputar um torneio nacional: o Brasileiro da Série C, no qual terminou em 6º, lhe dando o direito de jogar a Série B no ano seguinte.

Apesar da boa campanha em 1990 o Gama ainda passava por grandes dificuldades, foi ai que Antônio Goiano, presidente do alviverde, convidou o então presidente da Federação Metropolitana, Wagner Marques, para assumir o clube em 1992. Começava ali a era mais vitoriosa e conturbada da história do Periquito.

Jogadores do Gama levantam a taça de Campeão Candango de 1994 após goleada diante do Samambaia

Wagner Marques, Agrício Braga e Carlos Macedo foram responsáveis pela reestruturação, ajudando o clube a conseguir grandes resultados. Em 1993 foi vice-campeão perdendo a final para o Taguatinga mesmo após ganhar os dois turnos, mas nos anos seguintes conquistou o bicampeonato candango(1994/95). Em 1996 o Periquito perdeu o título para o Guará e depois alcançou o inédito pentacampeonato seguido(1997/98/99/00/01) tornando-se o maior campeão candango, ultrapassando o Brasília.

 Jogadores festejam o título e o acesso à Série A de 1999
No ano de 1998 veio o grande momento. Com uma bela campanha a equipe se consagrou Campeão Brasileiro da Série B, algo inédito no futebol do DF, dando o direito de jogar a elite do futebol nacional em 1999. No ano de estreia na Série A o Periquito conseguiu terminar na 15ª colocação, o que garantiria sua permanência no Brasileiro de 2000, mas após irregularidades encontradas na documentação de Sandro Hiroshi, do São Paulo, Botafogo e Internacional acabaram ganhando os pontos do jogo contra o tricolor paulista, sendo assim o Gama passou a ser um dos rebaixados pela média de pontos. 


 Torcedores do Gama comemoram vitória em cima da CBF que garantiu o Gama na Série A em 2000

O clube candango não aceitou e entrou na Justiça Comum gerando aquela que até hoje é considerada a maior briga jurídica do futebol nacional. No fim das contas o time do DF ganhou a batalha, mas a CBF ficou impedida de organizar o Brasileiro, passando para o Clube dos 13 a responsabilidade de organizar o campeonato que foi chamado de Copa João Havelange e reuniu 116 clubes em 4 módulos. O Gama disputou a divisão principal e terminou em 22º. 

No ano seguinte disputaram o Brasileiro 28 clubes escolhidos pelo Clube dos 13, dentre eles o Gama. O Alviverde chegou a ser ameaçado de rebaixamento e poucos acreditavam na reação, mas com uma virada histórica a equipe se livrou e terminou na 20ª posição, 4 acima da zona da degola.

A queda do Gama e o fim da ‘era Wagner Marques’
No ano de 2002, após 4 anos na Série A o Gama foi rebaixado para a Série B, começava então uma nova crise. Em 2003 o clube fez um grande Candangão, conquistou de forma invicta aquele que seria o seu último título até os dias de hoje. A torcida esperançosa viu o Alviverde ser o penúltimo colocado e voltar a Série C depois de 8 anos. A decepção foi grande.


Leonardo Manzi(E), Luciano Fonseca(ao centro) e Emerson(D) comemoram um dos gols da goleada sobre o Brasiliense(4 x 1) que garantiu o último título candango do Gama até os dias de hoje.

A volta à Série B em 2004 com o segundo lugar e a boa campanha na Copa do Brasil, eliminando o Botafogo em pleno Maracanã, era a esperança de novos tempos, o que não aconteceu. Com campanhas pífias no Candangão a equipe ficou por três anos sem se classificar para a Copa do Brasil, na Série B estava sempre na parte de baixo. 

Torcedores comemoram com jogadores a volta do Gama para a Série B após goleada em cima do Limoeiro-CE por 7 x 1  no último jogo do quadrangular final da Série C de 2004

Em 2007 a torcida gamense pode se alegrar novamente, com a vitória em cima do Vasco no Maracanã. Em 2008 começava um dos piores momentos do clube, após cair para a Série C o Alviverde voltou ao Bezerrão e tinha como presidente Paulo Goyaz. Com promessas ousadas, Goyaz foi uma grande decepção e ajudou a levar o clube para o buraco. Em 2010 o Gama enfrentou o seu pior momento, o rebaixamento para a Série D. 

No ano seguinte o Periquito foi vice-campeão do DF, mas não passou da primeira fase no Nacional e então começou vários protestos contra a atual diretoria que acabou renunciando. Com a promessa de tempos melhores, Froylan Pinto assumiu como novo investidor do clube mas desapareceu em seguida, a única opção do clube, que estava endividado, foi jogar o Candangão com os juniores e o resultado foi um discreto 5º lugar. 

Em 2013 o Gama novamente ficou de fora da Série D e da Copa do Brasil, a esperança Alviverde agora em 2014 é uma nova parceria que vem com grandes ambições para reerguer o maior clube do Distrito Federal. 

Apesar de todas as dificuldades o Periquito continua sendo o maior do DF e tem ao seu lado a maior e mais apaixonada torcida.

PARABÉNS A SOCIEDADE ESPORTIVA DO GAMA PELO SEUS 38 ANOS !

Por Gabriel Caetano

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