Histórias do Candangão - Gama é o melhor mas não o campeão em 1993

 

O volante Silvio(E), do Taguatinga, disputa bola com Anderson Barbosa(D)

O Gama vivia uma crise, o ano de 1992 tinha sido um pesadelo, com uma campanha muito ruim no Candangão. Os boatos eram que o clube poderia acabar. Foi quando Wagner Marques, juntamente com Agricio Braga, assumiram o comando do alviverde para a disputa do Candangão de 1993 e deram nova cara ao time quase falido.

A ideia era desbancar o então bicampeão Taguatinga. Para isso o alviverde montou um elenco forte, o jovem Anderson foi uma das surpresas, assim como o atacante Gil. O poder de ataque do Gama foi que fez o clube superar o Taguatinga e papar o primeiro turno sem grandes dificuldades.

O segundo turno foi bem disputado, tanto que para definir o campeão precisou de um triangular entre Gama, Taguatinga e Tiradentes, ainda assim ao final o alviverde estava empatado com o Taguatinga. Foi então disputada uma final, após dois empates por 1 a 1, o Gama ficou com o título por ter melhor campanha.

Mesmo sendo campeão nos dois turnos, foi disputado um quadrangular entre Gama, Guará, Planaltina e Taguatinga. Mais uma vez o alviverde foi o melhor, só que o regulamento confuso ainda queria mais. Organizou-se então uma final entre os dois melhores do quadrangular: Gama e Taguatinga.

O primeiro jogo ocorreu no Serejão, após uma verdadeira batalha o Taguatinga venceu por 1 a 0, conseguindo a vantagem do empate para o jogo da volta. No Bezerrão, o alviverde se impôs e partiu para cima, mas conseguiu apenas o básico, Romildo fez o gol que levou a decisão para a prorrogação. Foi quando a águia solitária se superou, Tuta e Rogério marcaram os dois gols que deram o título ao segundo melhor time durante todo o campeonato, mas o melhor nos 30 minutos mais importantes.

No final das contas não adiantou conquistar os dois turnos, ser o melhor time nas semifinais, ter o melhor ataque, melhor defesa e maior aproveitamento. O regulamento maluco acabou ajudando o Taguatinga e o título escapou no final. O vice no Candangão de 1993 foi só o começo de uma época dourada, que proporcionou ao Gama 4 anos na Série A do Brasileiro, o título da Série B e ainda se tornou o maior campeão candango.

GAMA (0)0x1(2) TAGUATINGA - FINAL - CANDANGÃO 1993(2º JOGO) - 12/12/1993

Local: Estádio Bezerrão

Público: 2.307 pagantes

Renda: CR$ 1.168.500 

Gols: Romildo(27'); Tuta(105') e Rogério(112')

GAMA: Carlão; Chaguinha, Aquino, Luiz Carlos e Márcio; Edniz, Ézio e Ânderson(Adílson); Gil, Romildo(Neno) e Émerson. Técnico: Joel Martins.

TAGUATINGA: Nilton; Márcio Franco(Palhinha), Jânio, Zinha e Almir; Silvio, Marco Antônio Paraíba e Tuta; Niltinho(Rogério), Joãozinho e Marquinhos. Técnico: Froylan Pinto.

CAMPANHA DO GAMA

VITÓRIAS - 22(MAIOR NÚMERO DE VITÓRIAS)

DERROTAS - 6(MENOR NÚMERO DE VITÓRIAS)

GOLS FEITOS - 75(MELHOR ATAQUE)

GOLS SOFRIDOS - 36(MELHOR DEFESA)

SALDO DE GOLS - 39(MELHOR SALDO DE GOLS)

APROVEITAMENTO - 66,7%(MELHOR APROVEITAMENTO)

ARTILHEIRO - GIL, 19 GOLS(ARTILHEIRO DO CAMPEONATO)

Curiosidades

- Só os atacantes Anderson, Gil e Neno foram responsáveis por 45 gols do Gama. 75% dos gols do clube em todo o campeonato;

- O Gama só perdeu 6 vezes em todo o campeonato e 4 delas foram para o campeão Taguatinga;

- O Gama jogou 12 vezes com o Taguatinga em todo o campeonato, venceu apenas 2 empatou 6 e perdeu 4.

Por Gabriel Caetano