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terça-feira, 29 de novembro de 2016

A curta passagem de Caio Júnior pelo Gama

Caio Júnior não durou mais que cinco jogos no alviverde

A curta experiência de Caio Júnior no Gama foi polêmica do início ao fim. Tendo que correr para Salvador comandar a equipe na partida contra o Bahia, o técnico não teve nem um dia para conversar e treinar os atletas antes de sua estreia e, insatisfeito, foi demitido cinco rodadas depois, mesmo após tirar a equipe da zona de rebaixamento.

No dia 20 de maio de 2005, com o técnico Mauro Fernandes como técnico, o Gama embarcou rumo à Salvador, onde enfrentaria o Bahia no dia seguinte, pela quinta rodada da Série B. Horas depois de desembarcar, Mauro Fernandes recebe uma ligação de um informante que garante o acerto de Wagner Marques, superintendente do Gama na época, com Caio Júnior, despertando a ira do treinador que pediu sua demissão no hotel. 

Sem muito o que fazer, Wagner Marques chamou logo Caio Júnior, que assumiu a equipe cerca de três horas antes da partida contra o Bahia. Apesar da saída do técnico, o Gama foi bem, se não fosse o pênalti infantil de Goeber e o gol mal anulado a favor do alviverde, Caio Júnior teria estreado com vitória.

Gama tirou a invencibilidade do Santa Cruz, líder do campeonato até então

Pode se dizer que a "estreia" de Caio Júnior mesmo foi contra o Santa Cruz. Depois de conhecer o time e montar seu esquema, o treinador pôde, enfim, mostrar o seu trabalho. E foi proveitoso. Em um Mané Garrincha sem público (por conta de punição do STJD), o Gama empolgou, abriu 3 a 0 no rival pernambucano, cansou de perder gols e o que era para ser goleada quase virou um desastre, quando aos 39 e 41 do segundo tempo o Santinha marcou dois gols e passou a pressionar pelo empate. Que não veio.

Em sua terceira partida, Caio Júnior viu o Gama tomar um verdadeiro atropelo do Ituano. Jogando fora de casa, o alviverde mostrou certa existência no começo do jogo, mas após levar o primeiro gol, no final do primeiro tempo, desandou na etapa final e levou mais três, completando a goleada por 4 a 0.

Os rumos passaram a ter outro caminho quando Caio Júnior não voltou de Itu com o elenco, indo para Coritiba e se apresentando no dia seguinte. O alviverde amargava a lanterna, o clima no elenco era ruim, a diretoria decidiu que apenas três jogadores dariam entrevista e para completar, os titulares perderam por 8 a 0 para os reservas. O cargo de técnico no Gama era instável, menos da metade do ano e o clube já tinha tido quatro treinadores.

Jogando fora de casa, contra o Santo André, líder e até único invicto, a cabeça de Caio Júnior já estava a prêmio. A derrota por 4 a 3 acabou saindo no lucro, após o Gama estar perdendo por três gols de diferença por duas vezes. A situação de Caio Júnior parecia insustentável.

Vitória sobre a Portuguesa foi primeira (e única) partida de Caio Júnior diante da torcida gamense

A prova de fogo de Caio Júnior passou a ser a partida contra a Portuguesa. Em uma situação quase insustentável, o treinador promoveu uma série de mudanças, que surtiu efeito. Com uma partida truncada, o alviverde abriu o placar logo com um minuto, aos 13 minutos já tinha tomado a virada. A torcida perdeu a cabeça e passou a cantar "time sem vergonha" e "fora Caio". A reação veio no segundo tempo, com um gol aos 18 e outro aos 27, garantindo a vitória e a saída da zona de rebaixamento.

Dois dias após a vitória, Caio Júnior foi demitido. Na época, Wagner Marques declarou que não tinha a ver com resultados, com o argumento de que o estilo do treinador não agradava, principalmente a agenda de treinamentos. Já o técnico Caio Júnior afirmou na época que sua saída se devia aos "problemas internos do próprio clube", recentemente, em entrevista ao Correio Braziliense, o então treinador da Chapecoense declarou: "a passagem pelo Gama foi o período mais frustrante da minha carreira. Quando eu saí de lá, decidi não ser mais técnico. Eu vi muita coisa errada, relações obscuras com empresários".

EM MEMÓRIA DO TREINADOR CAIO JÚNIOR E TODAS AS VÍTIMAS DO DESASTRE AÉREO COM O TIME DA CHAPECOENSE



Por Gabriel Caetano


segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Tiago Gaúcho, o guerreiro alviverde


Tiago Roberto Stragliotto, o 'Tiago Gaúcho', tornou-se um ídolo para a torcida gamense. Mesmo em meio a crise que gerou para o alviverde a carência de grandes campanhas nos últimos anos, seu carisma e a raça apresentada em campo, além da fidelidade a camisa alviverde desde a primeira vez que a vestiu, o colocaram no rol dos ídolos do clube.

Sua chegada




Tiago Gaúcho chegou ao Gama em 2010, indicado por Heriberto da Cunha, treinador que assumiu o clube para o segundo turno da Série C. Heriberto já havia trabalhado com ele em dois clubes, Ceará e ABC, portanto o indicou e foi atendido pelo então presidente, Paulo Goyaz. Na época o volante estava vinculado ao Vila Nova-GO e veio ao alviverde por empréstimo. 

Sua estreia foi na penúltima rodada, contra o Luverdense, no estádio Bezerrão. Logo na primeira partida entrou como titular. Tiago Gaúcho deixou uma boa primeira impressão, em uma oportunidade quase marcou, chutando rente a trave do goleiro adversário. O Gama teve uma boa atuação, mas cedeu o empate no final.

O aguerrido volante permaneceu titular nas outras três partidas finais do campeonato, que acabaram concretizando o rebaixamento do Gama e aumentando a crise. Após o término do torneio, o empréstimo não foi renovado e Tiago Gaúcho saiu.

No dia 28 de janeiro de 2011, o atleta foi repatriado ao elenco alviverde para a disputa do Candangão, que já caminhava para a quinta rodada.

Sua reestreia foi contra o Formosa, no estádio do rival. Após começar no banco, Tiago Gaúcho entrou no lugar de Tallys, mas com uma partida ruim do alviverde, a derrota foi inevitável.

O primeiro gol

Na oitava rodada daquele Candangão, o Gama enfrentou o Ceilandense, no estádio Abadião. O placar apontava um empate em 2 a 2, o alviverde jogava melhor e chegou ao gol. Aos 25 do segundo tempo, Elivelto cobrou escanteio na cabeça de Tiago Gaúcho, que escorou para o fundo das redes. O alviverde venceu por 4 a 2.

"Time de Guerreiros"



Depois de uma classificação sofrida, o alviverde sofreu duas derrotas melancólicas no início do quadrangular semifinal - incluindo uma derrota no Bezerrão para o arquirrival. Instaurou-se então uma grave crise no clube, onde em meio a salários atrasados e resultados ruins, o presidente Paulo Goyaz se isentava de qualquer culpa, despejando-a em jogadores, comissão técnica e torcida.

Em meio críticas e expectativa negativa, o espírito aguerrido dos jogadores foi o que manteve aquele time vivo. Tiago Gaúcho se tornou um ícone para a torcida e um dos líderes daquele elenco que, motivado pela superação e o apoio da massa alviverde, caminhou rumo ao milagre, ocorrido no estádio Serejão. Com um time totalmente desfalcado, jogando com atacante improvisado de lateral, o Gama passou pelo arquirrival por 2 a 1, se classificando para a tão almejada final. 

"Foi fantástico e inesquecível, por tudo que aconteceu naquele momento de salários atrasados, contra uma equipe milionária e mesmo assim, contra tudo e todos, conseguimos quatro vitórias seguidas, algo que o Gama não conseguia há muito tempo"

Amparado pelo regulamento, o Brasiliense conteve o ímpeto gamense, segurou dois empates na final e levou o caneco. A perca do título acabou sendo apenas um detalhe, os jogadores tidos como heróis mesmo após o vice, foram recebidos pela torcida como campeões, na volta ao Gama.

Saída digna
Após a saída "pelos fundos" do presidente Paulo Goyaz, a debandada começou no Gama. Tiago Gaúcho, que havia prometido não ir para o rival, cumpriu sua palavra. Uma exceção entre vários alviverdes que 'viraram a casaca'. Ele também não entrou na justiça contra o clube, acertando sua saída com a diretoria e indo para o Ipatinga, juntamente do zagueiro Pedrão, onde conquistaram o acesso à Série B - coincidentemente, em cima do Brasiliense, no estádio Serejão. 



"Um dia voltarei para ser campeão com o Gama"
Logo após seu acerto com o Ipatinga, em 2011

A volta
O dia chegou. Na preparação para o ano de 2015, o renovado e motivado Gama se preparava com ímpeto e almejava o título. A torcida, que tanto pedia Tiago Gaúcho, foi finalmente atendida. O jogador chegou como um dos grandes reforços para os ambiciosos planos do alviverde, que pretendia não só o título, mas também o acesso à Série C.

Como capitão da equipe, Tiago Gaúcho assumiu um papel de líder do elenco alviverde. Sua experiência e a relação com os torcedores foram determinantes e o tão sonhando título veio. Tiago Gaúcho acabou se lesionando na fase decisiva e acabou não se recuperando a tempo de ser o titular no jogo final, mas esteve presente e fez parte da quebra do jejum de 12 anos.

Saída dolorosa
Depois da conquista do título, veio a movimentação para a disputa da Série D. Começaram a chegar os reforços, as renovações e as dispensas. Nessa história, Tiago Gaúcho acabou sendo desprezado. Incluído em uma suposta lista de dispensáveis do técnico Gilson Granzzotto, o volante acabou não renovando seu vínculo, "não me falaram nada. Não chegaram para mim e pediram algo como redução de sálario ou coisa parecida. Não houve nada dentro do vestiário que motivasse um afastamento", declarou ao BloGama na época.


A sua dispensa despertou a ira dos torcedores, que organizaram protestos e cancelaram o sócio torcedor, criado pelo clube no mesmo ano. A quebra do jejum de 12 anos sem título acabou sendo manchada por esse episódio e o Gama se tornou um time campeão em crise.

"Não pedi nenhum tipo de aumento de salário. Imaginei que estava tudo certo para eu renovar, quando vim pra cá, vim com o objetivo de ser campeão e consegui. Mas não queria parar por aqui, meu segundo objetivo é colocar o Gama na Série C. Aqui é o meu lugar, gostaria de encerrar minha carreira aqui pelo Gama"
Declaração pelas redes sociais na época

Em 2016, o Gama fez uma parceria com uma empresa europeia. Com um técnico italiano e jogadores desconhecidos em meio a base campeã de 2015, o alviverde mantinha sua preparação focada para as três competições que disputaria. Tiago Gaúcho novamente foi aclamado pela torcida, para que entrasse nesse planejamento. Procurado inicialmente pelo arquirrival Brasiliense - que chegou a coloca-lo como pré-contratado no BID (Boletim Informativo Diário) da CBF - o volante recebeu uma proposta do presidente Tonhão e acertou com o alviverde, "surgiu esse convite do Gama, eu não pensei duas vezes, era a minha possibilidade de retornar e voltei na hora, por tudo que esse clube representa para mim", disse.

Não legalizado a tempo de disputar a primeira rodada do Candangão, Gaúcho só reestreou com a camisa alviverde no jogo seguinte. Novamente o estádio Diogão foi o palco de uma estreia de Tiago Gaúcho, o novo (velho) reforço entrou no segundo tempo, no lugar de Abuda. Dessa vez, com uma partida avassaladora, o alviverde papou os goianos, com uma vitória por 2 a 0.

No elenco a concorrência era forte, Gaúcho não foi titular logo de cara, mas foi ganhando espaço. Após um início empolgante, o Gama foi caindo de produção na reta final do Candangão, o técnico italiano acabou demitido e o substituto, Arthur Bernardes, acabou não sendo uma solução.

Paralelo a disputa local, o alviverde disputava a Copa Verde, onde eliminou o Vila Nova, nos pênaltis, em um grande dia do goleiro Pereira - Tiago Gaúcho abriu as cobranças, marcando o primeiro da vitória alviverde por 4 a 3.

As decisões
Em um espaço de 11 dias, estavam em jogo duas vagas nas finais dos campeonatos que o Gama disputava. O futuro do alviverde girava em torno das partidas contra Aparecidense e Luziânia. No dia 17 de abril, o primeiro embate da batalha de duas partidas. O Luziânia, invicto até então, jogara em casa e fez jogo duro. Após sair perdendo, o alviverde conseguiu buscar o empate com um belo gol de Tiago Gaúcho.

Apenas três dias depois, no estádio Serra Dourada, a vitória por 3 a 1 sobre a Aparecidense encaminhou a vaga na final da Copa Verde. No dia 23, a derrota por 2 a 1 confirmou o alviverde na final da disputa regional, agora o foco era o Luziânia e o jogo 'mais importante do ano' quiçá um dos mais importantes da história do Gama.

Seriam dois anos de planejamento colocados a prova naquela partida. O Gama saiu ganhando, Grampola de pênalti abriu o placar logo no início. Ainda no primeiro tempo veio o empate. A disputa foi para os pênaltis. 

O pênalti maldito


Tiago Gaúcho, que havia se machucado em uma dívida, não fugiu da responsabilidade e foi designado a cobrar. Iniciou a série e cobrou para fora. Os pênaltis seguintes foram todos convertidos e o adversário avançou à final.

"Acabei quebrando um dedo durante a partida. Mesmo assim, por nunca desistir, não fugi da minha responsabilidade, acabei batendo e errando o pênalti, algo que até hoje me dói, porque ninguém queria mais aquele título do que eu"

A lesão ainda o tirou da final da Copa Verde e, posteriormente, das partidas da Copa do Brasil, onde o Gama chegou à terceira fase. O futuro é incerto para ele, ainda quer jogar e terminar a carreira no alviverde. "Tenho certeza que Deus tem o melhor guardado. Espero jogar ainda por mais uns três anos e assumir algum cargo dentro do Gama e o ver disputando uma Série B do Campeonato Brasileiro", disse o jogador. 


O carinho com a torcida e as amizades colhidas
O carisma de Tiago Gaúcho foi um dos pontos determinantes para o seu sucesso no Gama. Acolhido pela torcida, o jogador sulista fez do planalto central uma segunda casa - que se confunde como primeira. Seus planos para o futuro giram em torno do alviverde. "Sou muito grato a toda torcida do Gama, que é o maior patrimônio do clube, a torcida faz o Gama ser grande, acompanhando o clube seja onde for. Esse respeito e confiança de saber que ambos queremos o melhor para o clube é muito gratificante", declara o jogador, que tem uma ligação muito forte com o clube, no qual se tornou um dos ídolos mais queridos.

O volante ainda faz questão de ressaltar as amizades que fez no clube entre essas idas e vindas. "Amigos verdadeiros são raros, mas o Gama me proporcionou alguns, tantos jogadores, pessoas ligadas ao clubes e muitos torcedores, que hoje são meus amigos pessoais", salienta o jogador, que faz questão de enfatizar: "Sou como eles, compartilhamos da mesma paixão".



"O Gama significa muito na minha vida e na minha história como jogador, pela identificação com o clube, a torcida e acima de tudo pelo respeito que tenho pela instituição, que mesmo com qualquer dificuldade é um time grande, de uma torcida imensa e apaixonada. Saber que tenho uma participação na história do clube, isso não tem preço"



FICHA TÉCNICA
TIAGO ROBERTO STRAGLIOTTO
DATA DE NASCIMENTO: 16/08/1984
CIDADE NATAL: IJUÍ (RS)
GOLS MARCADOS: 4
CEILANDENSE 2X4 GAMA - CANDANGÃO 2011 - TERCEIRO GOL
GAMA 5X3 FORMOSA - CANDANGÃO 2011 - QUARTO GOL
GAMA 2X3 PARACATU - CANDANGÃO 2016 - SEGUNDO GOL
LUZIÂNIA 1X1 GAMA - CANDANGÃO 2016 - PRIMEIRO GOL
CONQUISTAS  
1 CAMPEONATO CANDANGO (2015)
1 VICE-CAMPEONATO CANDANGO (2011)
PARTIDAS OFICIAIS DISPUTADAS PELO GAMA 
2010 (4 JOGOS)                                                                                 
2011 (18 JOGOS)                                                                                 
2015 (14 JOGOS)                                                                                 
2016 (19 JOGOS)                                                                               
TOTAL: 55 JOGOS

Por Gabriel Caetano

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Histórias do Brasileirão - Goleada histórica em cima do Limoeiro-CE

Gama massacrou o rival cearense mesmo fora de casa

Em 2004, depois da queda livre, quando foi da primeira à terceira divisão em dois anos, o Gama buscava voltar rapidamente à Série B. Com um início de campanha ruim, o alviverde foi se acertando durante a competição e chegou ao quadrangular final com status de favorito. Logo na estreia, o Gama goleou o Limoeiro-CE por 5 a 1, no Presidente Vargas, em Fortaleza. 

O time cearense era estreante, tinha apenas três anos de fundação, mas estava surpreendendo na competição, onde eliminou grandes times do Nordeste - Moto Club-MA, Sampaio Corrêa-MA e Treze-PB. Para a partida contra o Gama, o Limoeiro chegava com vários desfalques, apesar disso e o favoritismo eminente, o técnico alviverde Reinaldo Gueldini decidiu apostar em um esquema defensivo, com três volantes - Germano, Goeber e Macaé.

Diferente do que Gueldini imaginou, o Gama passeou sobre o adversário. Aos 22 minutos, a festa começou. Macaé cobrou falta, a bola desviou no meio do caminho e entrou. Nove minutos depois o atacante Victor, que acumulava um jejum de quatro jogos sem marcar, fez o segundo escorando cruzamento de Wesley.

Nos acréscimos, o Gama levou um susto. O volante Goeber foi expulso e, logo em seguida, Denílson acertou um chute forte, diminuindo para os anfitriões. Mesmo com um a menos, o alviverde não deixou os cearenses reagirem. 

Após a volta do intervalo, novamente o Gama voltou a pressionar. Aos 11 minutos o zagueiro-artilheiro Emerson completou de cabeça o escanteio cobrado por Wesley. Aos 29, Emerson marcou novamente, desviando chute cruzado do atacante Cristian. O mesmo Cristian fechou o caixão, aos 34. Final: Gama 5 a 1.

LIMOEIRO-CE 1x5 GAMA - CAMPEONATO BRASILEIRO SÉRIE C - FASE FINAL (1ª RODADA)
Data: 24/10/2004
Local: Presidente Vargas, Fortaleza (CE)
Renda: R$16.540,00
Público: 2.984 pagantes (3.554 presentes)
Árbitro: Luiz Alberto Sardinha Bites (GO)
LIMOEIRO-CE: Marleudo; Claudecir (Cici), Uélson (Zé Mauro), Eduardo e Aroldo; Osvaldo, Denílson, Júnior Ferreira (Wladimir) e Lequinha; Paloma e Marciano. Técnico: Oliveira Canindé
GAMA: Alencar; Wesley, Marcão, Emerson e Bobby; Macaé (Juari), Goeber, Germano e Rodriguinho; Cristian (Adão) e Victor Santana (Diego). Técnico: Reinaldo Gueldini
Cartões amarelos: Claudecir, Emerson, Macaé e Goeber
Cartões vermelhos: Goeber 
Gols: Macaé (22'/1ºT), Victor Santana (31'/1ºT), Emerson (11' e 29'/2ºT) e Cristian (34'/2ºT) para o Gama; Denílson (45+2'/1ºT) para o Limoeiro-CE

Curiosidades
- O saldo das duas partidas entre Gama e Limoeiro ficou: duas vitórias para o Gama, 12 gols marcados e dois sofridos (5x1 e 7x1);
- Contando as duas partidas, o zagueiro Emerson foi o que mais vezes balançou a rede (3 gols);
- O Gama terminou com o melhor ataque da competição e o artilheiro (Victor Santana, 10 gols).

Por Gabriel Caetano










quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Histórias do Brasileirão - Gama vence o Paysandu pelo Brasileirão

No primeiro duelo entre Gama e Paysandu, melhor para o alviverde do artilheiro Dimba


Gama e Paysandu se enfrentaram pela 17ª rodada da primeira fase do Campeonato Brasileiro, no estádio Bezerrão. O alviverde acumulava quatro jogos sem vitória no alçapão e beirava a zona de rebaixamento. O duelo marcou o primeiro encontro das equipes que hoje tem um histórico de confrontos bastante acirrado, três vitórias do alviverde e duas dos paraenses.

Quem se destacou na partida foi o artilheiro Dimba, com uma atuação empolgante, marcou o segundo gol, em cobrança de falta - seu 11º na competição, se tornando vice-artilheiro. 

Na época, quem estava a frente do Paysandu era Hélio dos Anjos, que meses antes deixou o alviverde sem dar maiores explicações, após desentendimentos com a diretoria do clube. De volta ao Bezerrão, o ex-técnico do Gama manteve um tabu pessoal, nas três vezes que esteve no estádio, foram três derrotas - duas no comando do Goiás, pela Copa Centro-Oeste. 

O Paysandu entrou com um esquema cauteloso, apesar disso foi dos paraenses a primeira chance. Logo aos 50 segundos Sandro arrancou, driblou três, cruzou mas ninguém alcançou. A resposta do Gama veio aos cinco minutos, quando Rafael cruzou e Marcão se desdobrou para evitar o gol. 

O Gama se impôs e não demorou a marcar. Aos oito minutos, Dimba sofreu falta, Rafael surpreendeu na cobrança, quando todos esperavam um cruzamento, o volante bateu direto, acertando o ângulo. Gama 1 a 0.

Depois do primeiro gol, o alviverde abusou das jogadas individuais. Dimba teve duas chances para aumentar o placar, aos 16 e 26. Aos 19, foi a vez de Fernando Gaúcho desperdiçar.

Mediante os erros do Gama, o Paysandu passou a crescer no jogo. Aos 28, Cleysson Rato passou por quatro adversários mas chutou torto. Aos 36, em cruzamento na área, Tinho cabeceou e Pitarelli espalmou para fora.

No segundo tempo o Paysandu veio determinado a empatar. Em 15 minutos os paraenses criaram três chances, todas salvas por Pitarelli. A resposta veio aos 18, em inversão do acontecido no primeiro gol, Rafael sofreu falta, Dimba cobrou e acertou o canto direito, sem chances para Marcão. Gama 2 a 0.

O Paysandu entregou os pontos e o Gama só não goleou porque não conseguiu ser eficiente nas finalizações. Aos 22, Dimba perdeu cara a cara. Aos 33, Rochinha acertou o travessão. No final, foram duas chances desperdiçadas em jogadas de contra-ataque, Romualdo aos 45 e Rochinha, aos 47.

GAMA 2x0 PAYSANDU - CAMPEONATO BRASILEIRO/17ª RODADA - 1ª FASE
Data: 05/10/2002
Local: Estádio Bezerrão
Árbitro: Cléber Wellington Abade (SP)
GAMA: Pitarelli; Paulo Henrique (Wilson Goiano), Vinícius, Jairo e Rochinha; Rafael, Deda, Jackson e Lindomar; Fernando Gaúcho (Romualdo) e Dimba. Técnico: Giba.
PAYSANDU: Marcão (Valentim); Tinho, Sérgio e Luís Fernando; Elson (Wandick), Vanderson, Sandro e Jóbson; Zé Augusto e Cleysson Rato (Albertinho). Técnico: Hélio dos Anjos.
Cartões amarelos: Wilson Goiano e Deda (Gama); Sérgio e Sandro (Paysandu)
Gols: Rafael (8') e Dimba (63')

Por Gabriel Caetano

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Histórias do Brasileirão - A revanche do dia 30 de setembro

Flamengo não foi páreo para o Gama, na revanche disputada no Maracanã


No dia 30 de setembro do ano de 2000, Gama e Flamengo se enfrentaram pela Copa João Havelange, no estádio Mané Garrincha. Não foi um bom dia para o alviverde, tudo conspirou para que o rival rubro-negro levasse o resultado positivo. Os erros de arbitragem - falta fora da área que o árbitro Leonardo Gaciba marcou pênalti e a expulsão equivocada do zagueiro Nen - foram determinantes. Pior ainda foi ver nas arquibancadas muitos daqueles que se diziam torcedores do Gama, vestidos de rubro-negro, a decepção foi tão grande - ou maior - que a própria derrota, "vimos que em Brasília não podemos contar com ninguém, só com nossos torcedores de verdade", declarou o lateral Rochinha na época.


Os erros de arbitragem foram cruciais na derrota do Gama para o Urubu

A revanche
Passado um ano, o destino determinou que Gama e Flamengo se enfrentariam novamente no dia 30 de setembro, dessa vez no Maracanã. Tudo conspirava contra o alviverde, que entraria em campo buscando quebrar uma série de tabus: nunca ter vencido no Maracanã até então - em dois jogos, duas derrotas - nunca ter ganho do rubro-negro em partidas oficiais e ainda buscava sair da zona de rebaixamento.

O técnico Cláudio Duarte não se intimidou e escalou um time ofensivo, com três atacantes - Romualdo, Anderson e Reinaldo. Aos 17 minutos, o baixinho Luiz Fernando acertou um belo chute da intermediária, a bola resvalou na trave e foi no ângulo, Júlio César só olhou. Gama 1 a 0.

O alviverde marcou em cima, os principais jogadores do Flamengo - Edílson, Petkovic e Vampeta - receberam marcação individual. As chances do rubro-negro no primeiro tempo vieram apenas com bolas paradas, que não levaram perigo.

No segundo tempo, o Flamengo voltou disposto a empatar e o gol veio aos 22 minutos, em um chute de Vampeta, no canto do goleiro Ronaldo. O Gama voltou a pressionar, de fora da área Lindomar chutou no canto, Júlio César foi buscar e no rebote Anderson não alcançou.

Pouco depois veio o gol. O iluminado Luiz Fernando lançou Anderson que finalizou, o zagueiro rubro-negro salvou na primeira, mas no rebote Mauro marcou. Os mais de 20 mil flamenguistas ficaram impacientes, em cada jogada do Gama gritavam "olé" e toda vez que Vampeta tocava na bola, era vaiado. 

Edilson e companhia não apareceram e o Gama depenou o Urubu no Maracanã

A vitória foi a segunda do Gama na competição, a primeira fora de casa, tirando a equipe da zona de rebaixamento. Foi o começo da arrancada alviverde, que contou com grandes vitórias, como a goleada sobre o Atlético/PR, campeão brasileiro daquele ano. 

FLAMENGO 1x2 GAMA - 14ª RODADA/PRIMEIRA FASE - CAMPEONATO BRASILEIRO
Data: 30/09/2001
Local: Estádio Maracanã (RJ)
Renda e público: Não divulgados
Árbitro: Lourival Dias Lima Filho (BA)
FLAMENGO: Júlio César; Bruno Carvalho, Anderson Luís, André Bahia e Cássio; Jorginho, Vampeta, Rocha (Andrezinho) e Petkovic; Roma (Jackson) e Edílson. Técnico: Zagallo
GAMA: Ronaldo; André Figueiredo, Jairo, Nen e Paulo Henrique; Deda, Lindomar e Luiz Fernando; Romualdo (Mauro), Reinaldo (Piá) e Anderson. Técnico: Cláudio Duarte
GOLS: Luiz Fernando (17') e Mauro (79') para o Gama; Vampeta (67') para o Flamengo

Curiosidades
- O técnico Cláudio Duarte comandou o Gama pela primeira vez em 1999, sua estreia foi justamente contra o Flamengo, pelo Brasileiro;
- O Gama quebrou uma invencibilidade de cinco jogos do Flamengo no Brasileiro de 2001.

Por Gabriel Caetano

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Histórias do Brasileirão - Gama vence o Palmeiras pela Copa João Havelange

Romualdo: O terror dos palmeirenses

Passado um ano desde a grande atuação de Romualdo, na vitória do alviverde candango em pleno Parque Antártica, por 2 a 0, o atacante voltou a brilhar, marcando os dois gols da vitória do Gama e confirmando o título de "carrasco palmeirense".

O Gama vivia um momento ruim no campeonato. Depois de um início animador, quando chegou a liderar, a equipe caiu de produção. Eram sete partidas sem vitórias, sendo dois empates, cinco derrotas e a demissão do técnico Vagnér Benazzi. O Palmeiras estava em situação pior, com 10 pontos em 10 jogos, ocupava a 19ª colocação.

Na expectativa de fugir da crise, ambas as equipes entraram afoitas, se lançando ao ataque e deixando espaços na defesa, mas sem conseguir aproveitar as chances criadas. Aos 32, Lindomar tabelou com Romualdo, saiu em disparada pela esquerda e cruzou para o mesmo Romualdo completar para o gol. 

Com a vantagem no placar, o Gama soube controlar o jogo. O criticado volante Sérgio Soares desde a sua estreia não vinha atuando bem, mas contra o Palmeiras foi um dos melhores da partida, junto ao lateral Paulo Henrique e o atacante Romualdo - o grande destaque da noite.

Aos 39 do segundo tempo, Romualdo arrancou pela direita e chutou cruzado, no canto, sem chances para o goleiro Sérgio. O atacante encerrou um jejum de dez partidas sem balançar as redes. Logo após o segundo gol, a torcida alviverde começou a cantar "um, dois, três o Palmeiras é freguês".

GAMA 2x0 PALMEIRAS - COPA JOÃO HAVELANGE - 15ª RODADA
Data: 13/09/2000
Local: Estádio Mané Garrincha
Árbitro: Álvaro Azerevo Quelhas (RJ)
GAMA: Nilson; Paulo Henrique, Gérson (Nen), Jairo e Rochinha; Deda, Sérgio Soares, Lindomar e Romualdo; Juari (Marquinhos Piauí) e Silva (Abimael). Técnico: Mauro Fernandes.
PALMEIRAS: Sérgio; Arce, Gilmar, Agnaldo e Neném (Tiago Silva); Fernando, Magrão, Flávio e Juninho (Alberto); Lopes (Adriano) e Basílio. Técnico: Márco Aurélio.
Gols: Romualdo (32' e 84')

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Relembrar é Viver - O título candango do time de basquete do Gama

Gama: Hegemonia no campo e nas quadras

Em 2001, o "Candangão" de basquete masculino - previsto para ser disputado por seis equipes - teve quatro participantes, sendo eles: Gama, Apcef/Uneb, Unisporte e Asbac. Apesar do pequeno número de clubes, a competição foi dividida em primeiro e segundo turno na primeira fase, com todas as equipes avançando para as semifinais, disputada em dois jogos e os classificados disputaram a final, em uma melhor de cinco.


O Gama, vice-campeão em 2000, investiu cerca de R$120 mil na equipe de basquete, 20% a mais que no ano anterior. A equipe tinha a direção de dois importantes nomes: Paulo Goyaz, vice-presidente do clube e advogado, conhecido no Brasil por ter defendido o alviverde no "Caso Gama" e Flávio Raupp, diretor de esportes olímpicos do clube.

O primeiro grande reforço começou pelo técnico: José Carlos Vidal - conhecido atualmente por suas conquistas com o UniCEUB/Cartão BRB/Brasília. Em quadra, o Gama não poupou esforços e contratou quatro atletas que disputaram o Campeonato Nacional: armador Fúlvio, os alas Murilo e Farofa e o pivô Rappa. Apesar do investimento, os dirigentes não conseguiram a liberação para que o alviverde jogasse no ginásio de esportes da cidade.

No primeiro duelo, contra a Asbac, o Gama estreou com vitória: 83 a 72. Contra o Unisporte, nova vitória, dessa vez por uma diferença de dez pontos: 86 a 76.


Gama treinava e mandava suas partidas no ginásio da Asceb

Contra o principal adversário, a Apcef/Uneb - que levou o título do alviverde no ano anterior - os ânimos foram a flor da pele. O vice-presidente, Paulo Goyaz, provocou a equipe adversária e o técnico Rodolfo Pacheco, que comandou o Gama no vice-campeonato. O resultado foi uma desastrosa derrota, por 74 a 51.

No segundo turno, o Gama novamente atropelou a Asbac (82 a 62) e o Unisporte (115 a 84). Na revanche contra o novo arquirrival, o alviverde venceu por 85 a 65.

As semifinais, assim como a primeira a fase, serviu apenas para Gama e Apcef/Uneb cumprirem tabela. O alviverde venceu a primeira partida por 116 a 88 e completou a classificação para a final esperada com uma vitória por 111 a 80.

Novamente o vice-presidente Paulo Goyaz foi o principal personagem, colocando "lenha na fogueira". Dessa vez, a provocação surtiu efeito. Jogando no ginásio da Asceb, o Gama venceu o primeiro confronto da final por 91 a 82. Na segunda partida, no ginásio do adversário, nova vitória: 93 a 75.

O alviverde já estava com a mão na taça, tanto que já deu como certo o título, disparando cartas a imprensa como campeão candango de basquete, em uma provocação ao rival.

Dentro de quadra, pelo terceiro jogo, o Gama foi dominante em três dos quatro períodos. No primeiro tempo, terminou vencendo por 55 a 44. No último quarto, os vários erros de ataque deram a chance do adversário reagir, a Apcef conseguiu se superar e levou a vitória nos instantes finais da partida. A derrota do alviverde forçou uma quarta partida.

Para o quarto confronto, um bom público compareceu no ginásio da Asceb. A partida foi bastante equilibrada, o primeiro tempo terminou 40 a 31 para o Gama. Apenas no último quarto o Gama conseguiu impor sua superioridade. A vitória - por 92 a 74 - consolidou a hegemonia alviverde nos campos e nas quadras.


ELENCO DO GAMA

4 - Serginho (armador)
5 - Rodrigo Dora (ala)
6 - Batata - (ala-armador)
8 - Farofa - (ala)
10 - Murilo (ala)
11 - Fúlvio (armador)
12 - André (pivô)
13 - Rappa (pivô)
14 - Hugo (ala)
21 - Fernando Bala (pivô)
31 - Camilo (ala)
33 - Cadu (pivô)

TIME-BASE: Rappa, Fúlvio, Murilo, Farofa e Cadu.

Técnico: José Carlos Vidal
Assistente: Cristiano Barroso

Por Gabriel Caetano